JUVENTUDES E CULTURAS ESCOLARES NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Resumo

As recentes reformas políticas na área da educação, perpetradas verticalmente pelas autoridades educacionais, representam a desvalorização do trabalho docente e dificultam a universalização do acesso ao ensino público e gratuito; constituem ameaça, sobretudo, à formação humana e integral proposta pela educação profissional e tecnológica. Nesse contexto, é fundamental que esteja clara a direção a seguir pelas instituições ofertantes e pelos múltiplos sujeitos, embasados nas concepções e princípios norteadores. O processo de valorização da educação profissional e tecnológica, no geral, e da educação profissional técnica de nível médio, em específico, perpassa, então, a busca pela compreensão das identidades e das culturas escolares das instituições e dos atores e atrizes que produzem suas existências. Pautado em uma discussão teórica em torno da análise dos conceitos de culturas escolares, identidades e juventudes, este texto pretende estabelecer uma problematização, no campo teórico, sobre a construção das culturas escolares dos estudantes na educação profissional técnica de nível médio e as concepções da juventude acerca da escola e sua função. Propõe-se que, sem a pretensão de esgotar o tema, identificar e analisar as variadas culturas escolares presentes nos espaços e tempos da escola, contribui para compreender a pluralidade de visões de mundo. Além disso, essa concepção contribui para a quebra do paradigma da juventude como fase da vida de mera transitoriedade; ser jovem deixa de ser o inacabado e inconsequente, carente de propósitos e portador de transitoriedade, para significar ação, controle das mudanças e do tempo.