AS máscaras do sujeito na literatura

A obra Orlando, de Virginia Woolf, como emergência da problematização da subjetividade na ficção moderna

Autores

  • Alice Maria Soares de Carvalho IFTM Campus Patrocínio
  • Jonatas Aparecido Guimarães

Resumo

Esta pesquisa visa estudar as relações entre o sujeito e o personagem na literatura moderna,
tendo como corpus o romance Orlando (2021), de Virginia Woolf. Nessa obra, Orlando se
transforma durante os séculos em uma mulher e lida com os estigmas e preconceitos do
gênero. Assim, torna-se possível observar como a narrativa problematiza a questão do sujeito,
vinculando-a a aspectos sócio-históricos por meio dos quais as identidades são conformadas e
deformadas continuamente, de maneira que se torna inviável uma visão unitária. Logo, a
partir da fragmentação do sujeito em vários “eus” coexistentes, são analisadas as relações de
poder do patriarcalismo ocidental, considerando que a escrita literária é uma forma de
problematização das subjetividades e, por isso, de resistência. Para tanto, esta pesquisa
procura adotar o método imanentista na interpretação do texto ficcional, relacionando-o a
textos filosóficos sobre o sujeito. Pauta-se, desse modo, no horizonte analítico a partir das
teorias do sujeito pós-moderno postuladas por Stuart Hall. Como resultado, observa-se que o
livro de Virgínia Woolf é uma obra emblemática para a discussão do sujeito e das identidades
de gênero na modernidade e que criou condições para as discussões da assim chamada
fragmentação pós-moderna. Isso porque ela coloca em questão a fixação das identidades de
gênero, a partir da fluidez, sobretudo, de Orlando.

Downloads

Publicado

02-08-2023

Edição

Seção

Resumo Expandido - Categoria Pesquisa