Vozes da subalternidade nos contos de Conceição Evaristo

Autores

  • Laura Braga Reis a:1:{s:5:"pt_BR";s:4:"IFTM";}

Palavras-chave:

Conceição Evaristo; oralidade ; Literatura

Resumo

A escritora mineira Conceição Evaristo vem conquistando nos últimos anos merecido destaque entre os críticos e o público de Literatura. Sua identidade de mulher negra, vinda da favela, legitima seu olhar sobre as pessoas que historicamente estiveram excluídas da sociedade e, consequentemente, do cânone literário. Uma das mais importantes características da sua obra é a capacidade de ouvir e dar voz a essas pessoas que normalmente estão esquecidas ou apagadas do meio social. Embora suas histórias sejam ficcionais, elas são perpassadas o tempo inteiro pelos fios da realidade; a própria autora é quem define seus textos como narrativa da “escrevivência”, ou seja, ela escreve a partir da sua experiência de vida e das experiências que ela ouviu ou testemunhou. Evaristo usa sua expressiva voz de autora e pesquisadora renomada para dar visibilidade às situações trágicas das pessoas que vivem na subalternidade: suas personagens prediletas são mulheres, negras, transexuais, mães solteiras e muitas outras categorias que sofrem preconceito e discriminação no seu dia a dia. Embora revelem suas dores, as personagens de Evaristo não são derrotadas, ao contrário, são mulheres fortes, que tem orgulho da sua própria história e não esmorecem com os problemas da vidas. São mulheres de papel, mas possuem toda a força perceptível nas mulheres da vida real. Nesse sentido, propomo-nos a apresentar alguns contos nos quais essa autora dá voz e visibilidade a mulheres que, por muitos séculos, foram silenciadas pelos discursos histórico e literário hegemônicos.

Publicado

24-02-2021